As alergias alimentares são reações adversas ativadas pelo sistema imune em resposta a antígenos – partícula estranha ao corpo que pode desencadear reação alérgica. Elas ocorrem quando as células de defesa do corpo reconhecem moléculas de um determinado alimento como, potencialmente, danosas ao organismo, seja por tendência genética ou por exposição prévia a uma determinada substância.
Estima-se que, cerca de 3 a 4% dos adultos sofram deste mau. No entanto, a prevalência entre crianças é mais alta, atingindo mais ou menos 5 em cada 100.
Esse é um processo danoso e perigoso, principalmente em se tratando de anafilaxias (reações alérgicas mais graves) que podem levar até a morte, em alguns casos.
Por isso, é importante que você, consumidor, sempre leia as informações nutricionais da rotulagem de um alimento, e se o produto não possuir, é necessário que se exija – por lei o fabricante deve fornecer as informações das substâncias que você consumirá naquele produto.
Abaixo, vamos entender mais sobre esse processo e sobre o porquê de alguns alimentos causarem alergias com mais frequência do que outros.
COMO OCORRE UMA ALERGIA?
Uma alergia é considerada uma hipersensibilidade do tipo 1, que se caracteriza por ser uma resposta excessiva do sistema de defesa humano a antígenos que o indivíduo esteja, previamente, sensibilizado. Em palavras mais simples, o organismo da pessoa passa a reconhecer uma determinada partícula como potencialmente danosa (em alguns casos, mesmo sem que ela cause danos algum) a saúde e passa a atacá-la através da liberação de anticorpos IgE pelos linfócitos B – células de defesa responsáveis pela produção dos anticorpos.
No caso da alergia alimentar, o sistema de defesa reconhece moléculas específicas que estão presentes nos alimentos como possíveis agentes perigosos ao organismo e os ataca – isso leva de 2 à 30 minutos pra acontecer.
Em uma explicação mais detalhada, as células apresentadoras de antígenos (APC’s) apresentam a molécula do alimento ao qual o indivíduo está sensibilizado aos linfócitos T – células do sistema imune responsáveis pela ativação dos linfócitos B -, que por sua vez, apresentam esses antígenos aos linfócitos B.
Com isso, os linfócitos B produzem anticorpos do tipo IgE e os liberam. Esses anticorpos se ligam a mastócitos que liberam grânulos de histamina e através daí a reação alérgica começa.
AFINAL, POR QUE ALGUNS ALIMENTOS CAUSAM MAIS ALERGIAS QUE OUTROS?
Por que eles possuem moléculas em suas composições que ativam o sistema imunológico dos indivíduos com mais frequência que o normal.
Não se sabe ao certo porque isso ocorre, mas é consenso na ciência que todos eles possuem uma estrutura molecular similar.
As alergias mais comuns são em decorrência do consumo de ovos, leite de vaca, amendoim, peixes, mariscos, camarões, trigo, soja e nozes - esse grupo de alimentos são responsáveis por 90% de todas as reações alérgicas existentes.
Para evitar, deve-se fazer uma restrição de todos os alimentos que possam causar a reação adversa e, as sequelas mais frequentes ao consumi-los se o indivíduo possui a alergia são reações cutâneas, coceiras, dificuldades respiratórias ou gastrointestinais, ocasionando em vômito e diarreia, e em casos mais graves, anafilaxia.
CUIDADO COM A CONTAMINAÇÃO CRUZADA!
Não é incomum encontrar casos de pessoas alérgicas que consomem um alimento aparentemente seguro para ela e tem uma reação alérgica. De fato, essa reação adversa não vem do nada.
Ela acontece por culpa da contaminação cruzada.
Isso ocorre quando um alergênico deixa resquícios de partículas suficientes para causar uma alergia em outro alimento quando entra em contato com ele durante o armazenamento ou devido a manipulação inadequada.
Sabe aquele aviso de “pode conter determinado alimento e seus derivados” na rotulagem nutricional? Então, serve para alertar as pessoas alérgicas que elas podem estar correndo o risco de consumir determinado alergênico por conta da contaminação cruzada.
Portanto, se você possui alguma alergia, observe a rotulagem com atenção! E sempre leia e, exija a rotulagem nutricional nos alimentos que não possuem para o bem da sua saúde e segurança!
REFERÊNCIAS
ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H.; PILLAI, S. Imunologia Celular e Molecular. 8ᵃ Edição. Elsevier, 2015 (livro-texto).
FERREIRA, J; PINTO, F. Alergia alimentar: definições, epidemiologia e imunopatogênese. [s.l.], p. 193-198, março. 2012.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA. Alergia alimentar. [s.l.], Porto. 2012.
https://drogariasantoremedio.com.br/alimentos-alergenicos/
REFERÊNCIAS IMAGÉTICAS
Figura 1:
https://foodsafetybrazil.org/wp-content/uploads/2015/12/alergenicos_eurofins.jpg
Figura 2:
http://3.bp.blogspot.com/-If9f6Z4j49g/TlJHsKCPdLI/AAAAAAAABH0/NMhcb0YRTnc/s1600/alergias+pertubam+o+humor+-+Fapesp.jpg
Figura 3:
https://www.fhom.com.br/produtos/croutons/images/tabela6.jpg
コメント